Com José Viale Moutinho, na UNICEPE, no Porto, uma casa livreira que para o ano irá comemorar os seus cinquenta anos de vida! Ah, nasceu no meu ano!

 

 

 

"O antigo Café de S. Lázaro era o café dos artistas, professores e alunos da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, como eu o cnheci nos anos 60 e 70. Nessa altura, Eugénio de Andrade datava os seus primeiros textos dedicados aos seus novos amigos artistas com o toponímico São Lázaro, mas nunca o vi a uma mesa deste café.. Ele morava então na Rua do Duque de Palmela, 111, um pouco mais abaixo, e frequentava um outro café, mesmo em frente à sua porta. Creio que se chamava Café Duque. Aí escrevia, revia provas, recebia quem não queria que entrasse em sua casa, lia. Ora, trazer o Café de S. Lázaro para título deste volume é também uma espécie de homenagem a mais um local do Porto que, como então era, desapareceu." Não só uma homenagem ao Café de São Lázaro, mas também uma homenagem de Viale Moutinho a Abílio-José dos Santos, Siza Vieira (na contra-capa Moutinho visto por Siza), Fernando Lanhas, Júlio Resende, Ângelo de Sousa, António Sampaio, Júlio, Cruz Caldas, José Rodrigues, entre tantos outros. Como sempre, um prazer inconfundível escutar Viale Moutinho, com o seu humor sempre requintado.

 

 

 

 

Vila Nova de Famalicão, Cidade de Congressos e de Cultura

 

Depois das Comemorações dos 150 Anos do Amor de Perdição e dos XV Encontros de Outono dedicados à Agricultura, a cidade de Vila Nova de Famalicão continua com as suas actividades culturais. Desta vez, são as "Raias Poéticas 1", sob a curadoria de dois poetas portugueses, Luís Serguilha e de Jorge Velhote. Não é de estranhar que tais actividades surjam em Famalicão, cuja cidade tem uma tradição cultural e poética para álém das suas fronteiras que já vem dos finais do século XIX. Falo, claro, da revista "Nova Alvorada" (1891-1903), a qual teve colaboradores notáveis, não só portugueses, como outros, vindos de Espanha, Suécia e Itália. Outra revista foi "O Soneto Neo-Latino", cujos directores, famalicenses, Júlio Brandão e Álvaro de Castelões, pretendiam difundir o soneto que então se faziam nos primórdios anos 30 do século XX, nos países latinos da Europa e da América do Sul. Na capa da revista, aqui publicada, podemos ver esses mesmos países. Neste âmbito, depois de duas edições da "Portuguesia", é agora vez de "Raias Poéticas 1 ", cujos participantes são provenientes de três continentes. A cultura não tem fronteiras.

 

VASCO DE CARVALHO

O CRONISTA-MOR DE VILA NOVA

 

para o dr. artur sá da costa, pelo quanto a cultura nos uniu na amizade

 

 

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afonso cruz, um dos raros escritores portugueses que consegue aliar a dimensão metafísica à de contador de histórias, une, a essas duas perspectivas, a capacidade de humor. na aliança entre a filosofia e a literatura, afonso cruz traz-nos neste livro que agora apresentámos, problemas interpretativos (hermenêutica) ou o princípio metafísico da mentira, entre outros. ler afonso cruz é, indiscutivelmente, um reencontro com a literatura. acima de tudo, o encontro com o prazer da leitura.

para a cândida, assim, amorosamente, que vai adorar de ler este livro para o trabalho que anda a fazer sobre "literatura e bibliotecas"

"Sim, porque a leitura das coisas pode ter muitos andares. Soube pela minha avó que um tal Origínes, por exemplo, dizia haver uma primeira leitura, superficial, e outras mais profunda, alegóricas. Não me vou alongar por este tema, basta saber que um bom livro deve ter mais do que uma pele, deve ser um prédio de vários andares. O rés-do-chão não serve à literatura. Está muito bem para a construção civil, é cómodo para quem não gosta de subir escadas, útil para quem não pode suboir escadas, mas para a literatura há que haver andares empilhados uns em cima dos outros. Escadas e escadarias, letras abaixo, letras acima." (14-15)

"Uma biblioteca é um labirinto. Não é a primeira vez que me perco numa. Eu e o meu pai temos isso em comum. Penso que foi isso que lhe aconteceu. Ficou perdido no meio das letras, dos títulos, perdido no meio de todas as histórias que lhe habitavam a cabeça. Porque nós somos feitos de histórias, não de a-dê-ênes e códigos genéticos, nem de carne e músculos e pele e cérebros. É de histórias. O meu pai, tenho a certeza, perdeu-se nesse mundo e agora ninguém lhe consegue interromper a leitura... Há inúmeros lugares onde um ser humano se pode perder, mas não há nenhum tão complexo como uma biblioteca. Mesmo um livro solitário é um local capaz de nos fazer errar, capaz de nos fazer perder." (27-28)

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